Petronotícias: Câmara Ítalo-Brasileira fomenta parcerias na área de petróleo

06/03/2017


A Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro está ampliando sua atenção ao setor de óleo e gás, que já representa praticamente metade do volume de recursos movimentados nas relações comerciais entre os dois países, e criou um conselho temático voltado especificamente para o segmento.

25 -Giorgio-Rossi-diretor-executivo-da-Camara-italo-brasileira-de-comercioO Diretor Executivo da Câmara, Giorgio Rossi, revela que um levantamento feito entre dados dos dois países mostrou que 50% das exportações brasileiras para a Itália são referentes a atividades relacionadas a petróleo, gás e derivados, enquanto que quase 45,5% das exportações da Itália para o Brasil se dão no setor.

Agora, com a criação do conselho, que terá sua primeira reunião no dia 23 deste mês, no Rio de Janeiro, Rossi acredita que poderão facilitar e estimular novas parcerias entre empresas dos dois países.

A ideia é criar um fórum de alto nível, em que participam CEOs, diretores e tomadores de decisão de empresas do segmento e do setor público. Hoje precisamos entender quais as prioridades dos tomadores de decisão dos órgãos públicos e dos empresários”, explica.

– Por que decidiram criar o conselho de óleo e gás neste momento?

Antes de tudo, é importante dizer que a Câmara tem um viés bilateral. Não é um órgão da Itália no Brasil, mas apoia tanto as empresas italianas aqui, quanto as brasileiras no mercado internacional, fomentando essas parcerias. Justamente no momento de mais dificuldade é que o auxílio é mais demandado. Já temos um setor de petróleo e gás dentro da área de energia da Câmara, mas sentimos a necessidade de ampliar esse apoio, porque esse é o momento em que as empresas mais precisam trocar informações e experiências para poderem traçar os próximos passos.

Até porque sabemos que o Brasil vive de ciclos. Alguns de crescimento acentuado e outros de maior dificuldade econômica. Mas são ciclos rápidos se compararmos com outros países, como os da Europa, por exemplo. Então é fundamental criar um fórum para começar a discutir as novas possibilidades de negócios.

– Qual será o foco de atuação do conselho de óleo e gás da Câmara?

No primeiro momento, vamos fazer uma atividade de apresentação dos perfis das empresas. Percebemos que existem empresas de excelentes níveis no Brasil, que podem se beneficiar de parcerias com empresas italianas no setor. Então nesse primeiro momento vamos mapear o setor e estimular apresentações e encontros entre as empresas. O segundo ponto é o mapa das oportunidades, porque, apesar da crise no setor, há um momento de redefinição no Brasil, com uma presença menor da Petrobrás em algumas áreas, então acreditamos que serão reforçados outros players no mercado. Então imaginamos que isso vá trazer oportunidades de negócios para quem souber apresentar tecnologia, inovação, redução de custos e eficiência. E a Itália tem uma boa bagagem para apresentar nisso.

– Quais as oportunidades vistas pelas empresas italianas no setor de óleo e gás brasileiro?

Muito vai da readequação do setor. Temos ouvido constantemente nossos associados e o que eles dizem é que há sim um período de dificuldade e adaptação, mas há um aumento da demanda de cotações, com uma busca por novos parceiros e fornecedores. Apesar dos investimentos em novas áreas terem diminuído, os gastos com manutenção têm aumentado, o que pode ser mapeado e apresentado em termos de oportunidades.

– Houve algum aumento de interesse das empresas italianas do segmento pelo Brasil nos últimos tempos? Com que foco?

Temos que tomar sempre como cenário um período de análise maior do que o último ano, em que tivemos uma série de notícias negativas, que impactaram essa demanda. A partir deste olhar, houve um aumento sim, de uma maneira geral, nos últimos cinco, seis anos. Mas esperamos que nesse novo cenário, tanto do barril mais barato, quanto do momento de mudanças no Brasil, dê um novo impulso neste interesse. É prematuro dizer, porque nossa primeira reunião oficial será no final de março, mas o que temos notado é que há um interesse forte, e as empresas querem que haja esse mapeamento, porque elas acreditam no mercado.

Como será esse encontro?

Será o primeiro encontro do conselho, no dia 23 de março, no Rio de Janeiro, na nossa sede. É aberto para empresas do setor que sejam ligadas à Câmara. No entanto, qualquer empresa do setor que tiver interesse em participar, para se aproximar do conselho ou para apresentar suas oportunidades, pode fazer uma demanda de participação. A ideia é criar um fórum de alto nível, em que participam CEOs, diretores e tomadores de decisão de empresas do segmento e do setor público. Hoje precisamos entender quais as prioridades dos tomadores de decisão dos órgãos públicos e dos empresários.

– O conselho também atuará no auxílio a empresas brasileiras que queiram buscar parcerias ou oportunidades na Itália?

Com certeza. A Câmara, antes de ter esse conselho, já tinha isso na sua missão. Seja pequena, média ou grande empresa, se tiver interesse em se internacionalizar na Itália, a câmara dá esse suporte, com pesquisa de mercado, busca de parceiros, apoio em rodadas de negócios com empresas italianas, apoio na participação de eventos na Itália e também num segundo momento, com consultoria jurídica, aconselhamento estratégico, questões tributárias, logísticas etc. Todos os passos contam com algum tipo de apoio nosso. Com o conselho funcionando, vamos dar uma atenção maior ainda ao setor de petróleo e gás.

– Qual a agenda e quais as metas estabelecidas com a criação do conselho?

A agenda das reuniões periódicas vai ser definida na primeira reunião. Acho importante ouvirmos primeiro as demandas dos empresários, que já esboçaram alguns focos, como as que mencionei, mas precisamos aprofundar.

As metas já estão definidas. Que são as seguintes:

  • Promover a integração entre empresas e profissionais do setor associados à Câmara, estimular a troca de ideias, a troca de experiências, e a comunicação entre os sócios da área;
  • Estudar, desenvolver e implantar projetos conjuntos, visando dar visibilidade e gerar negócios aos associados do setor;
  • Reunir profissionais para a realização de eventos, palestras e troca de experiências interna e externamente ao comitê, e dentro e fora do quadro associativo, visando à atualização constante dos serviços, das tecnologias aplicadas ao setor e de oportunidades na área de oil&gas;
  • Propor e estimular a realização e a participação em eventos, no Brasil e na Itália;
  • Divulgar ações de interesse geral da área, das novidades e das atividades do Comitê, contribuindo, assim, para o aperfeiçoamento dos serviços da Câmara.

– A Câmara tem algum levantamento do volume de recursos gerados nas relações comerciais entre o Brasil e a Itália no setor de óleo e gás?

Temos sim, com base nas informações do governo brasileiro e do governo italiano. A Itália ficou em nono lugar na lista de principais parceiros comerciais do Brasil em 2016, e em terceiro lugar entre os países europeus.

A exportação brasileira para a Itália em 2016 ficou em US$ 345.755.982 FOB (Free On Board – quando o exportador é responsável pela mercadoria até ela estar dentro do navio, para transporte, no porto indicado pelo comprador), sendo que metade disso foi referente à indústria de petróleo, gás e derivados, respondendo por US$ 172.877.991 FOB.

Os principais produtos exportados para a Itália foram óleos brutos de petróleo; gasóleo (óleo diesel); e combustíveis e lubrificantes.

Já da Itália para o Brasil, as exportações totais no ano passado somaram : US$ 548.638.608 FOB, sendo que cerca de 45,47% foram relativos ao setor de óleo e gás que respondeu por US$ 249.484.045 FOB.

Os principais produtos exportados para o Brasil foram máquinas e equipamentos; naftas para petroquímica, válvulas tipo esfera; outras misturas e aditivos c/óleo e petróleo; válvulas tipo gaveta; outras válvulas para utilização em equipamentos; e tubulações e componentes.

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Fonte: Petronotícias



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