Fazer negócios na Itália é um objetivo cada vez mais fácil para as startups!

12/02/2021


Hoje, para fazer negócios e ter meios de competir neste mercado global hipercompetitivo, não se pode prescindir de uma forte presença digital em seu ramo de atuação.

Na Itália, muito se foi discutido sobre a necessidade de ter um ecossistema suficientemente amplo e estruturado, que pudesse contribuir para o nascimento de startups, este novo tipo de empresas de alto conteúdo tecnológico.

Se este ecossistema, objetivamente, era ausente ou subdesenvolvido até pouco tempo, atualmente, apesar de ainda haver muito a se fazer, podemos constatar que temos hoje condições favoráveis ​​para iniciar novas atividades empresariais inovadoras. É hora, portanto, de fazer “startupping”, ou seja: (i) dar vida a uma empresa que depende principalmente de tecnologias digitais ou de ponta (por exemplo, Satispay, D-Orbit, Enthera Pharmaceuticals, Genespire) e (ii) iniciar um business tradicional que, em todo o caso, se caracterize por uma abordagem inovadora, por exemplo, em relação à experiência do cliente (por exemplo, Barberino’s, Velasca).

Os motivos que contribuíram para a ocorrência do atual contexto são muitos, havendo tanto fatores nacionais como internacionais, nessa contingência temporal decididamente positiva (se tal termo puder ser utilizado em um cenário desafiador como o de hoje, marcado por desafios que vão da pandemia global a mudar os equilíbrios geopolíticos entre grandes potências).

Na Itália, nos últimos anos se viu o nascimento e a consolidação de uma série de categorias de atores, como incubadoras e aceleradoras (por exemplo, PoliHub, Luiss EnLabs), parques tecnológicos e fab-labs (por exemplo, Area Science Park, Lazio Innova rede), programas de empowerment e apoio (por exemplo, Founder Institute, Open Italy by Elis), redes de coworking (por exemplo, Talent Garden, Copernico) e associações comerciais (por exemplo, AIFI, VC Hub). Também o papel das grandes corporações, que cada vez mais entendem o valor da open innovation e começaram a colaborar com startups e PMEs inovadoras (às vezes adquirindo-as), está se mostrando valioso.

Além do aumento da quantidade de atores envolvidos, também as fontes de financiamento disponíveis para os wannabe entrepreneurs se expandiram significativamente e, hoje, na Itália, existem várias oportunidades disponíveis para financiar o desenvolvimento da sua atividade empresarial inovadora, sendo as principais:

– Equity Crowdfunding: aumento generalizado de capital em troca de ações da empresa por meio de plataformas digitais. Na Itália, conforme relatado pelo CrowdfundingBuzz, registrou-se um boom de financiamento em 2020 (103 milhões de euros em 159 campanhas vs 65 milhões em 2019 em 139 campanhas).

– Business Angels: indivíduos que investem em startups e PMEs inovadoras e que muitas vezes também operam na forma de networks, clubes ou associações (por exemplo, IBAN, IAG).

– Empréstimos bonificados: concedidos em condições extremamente favoráveis, encontram-se disponíveis tanto a nível nacional, como no caso do programa Smart & Start do Ministério do Desenvolvimento Econômico (cuja gestão é confiada à Invitalia), como a nível europeu, caso em que o mais conhecido e mais utilizado é o Horizon 2020, que prevê montantes fixos para o desenvolvimento de projetos com elevado impacto inovador.

– Seed and Venture Capital: apesar de ainda pouco desenvolvido, o setor de fundos dedicado ao investimento de capital de risco nas fases iniciais da vida das empresas (que são também as mais arriscadas mas, potencialmente, mais rentáveis ​​a médio-longo prazo) parece ter adquirido uma nova vitalidade, com o nascimento de atores como Lumen Ventures (primeiro SIS – Società di Investimento Semplice nascida na Itália) ao lado de nomes “históricos” como Innogest, LVenture, P101 e Primomiglio (que deu origem ao primeiro fundo italiano dedicado ao SpaceTech, o Primo Space)

É importante ressaltar que em relação ao Venture Capital na Itália, 2020 foi o prenúncio do lançamento de duas grandes iniciativas que, sem sombra de dúvida, podem ser definidas como game changer para os inovadores italianos: o Fundo Nacional de Inovação e a Fundação ENEA Tech.

O fato de que esses atores atuam como ímã para atrair capital de risco especializado italiano e, sobretudo, estrangeiro, juntamente com as recentes condições fiscais extremamente vantajosas desse tipo de investimento (por exemplo, de 30% a 50% de dedução de impostos para indivíduos que investem em startups e PMEs inovadoras), induz a ter confiança sobre a possibilidade de consolidação adicional do ecossistema inovador também do ponto de vista financeiro. Atrair capital “corajoso”, tanto de investidores qualificados e institucionais quanto de pessoas físicas, é visto por muitos como o pré-requisito para que uma nova geração de negócios altamente inovadores e digitais surja no Bel Paese.

Esses capitais corajosos (porque é preciso ser corajoso – ou, pelo menos, muito propenso a investir em certas classes de ativos, como startups) estão agora começando a chegar na Itália também do exterior (e chegamos à dimensão internacional de nossa observação): investidores estrangeiros que até então nunca haviam voltado o olhar para startups locais, agora estão começando a olhar para a clássica janela de oportunidade que se abriu graças também a todos os fatores expostos acima.

A Europa em si, hoje, é mais do que nunca um destino procurado, muito devido a iniciativas comunitárias, como o desenvolvimento dos Pólos Europeus de Inovação Digital nos países da União Europeia, que gera muitos efeitos positivos sobre os ecossistemas concernidos; e ao anúncio do primeiro ciclo de investimentos diretos no capital de startups através do novo Fundo do Conselho Europeu de Inovação (Eic).

A Europa, também graças às muitas histórias de sucesso acumuladas ao longo dos anos – do “histórico” Skype ao mais moderno Klarna – de acordo com alguns observadores, é candidata a se tornar o novo place to be também para os famosos fundos globais de capital de risco: há poucos meses, a Sequoia, lendária VC americana, decidiu abrir oficialmente o seu primeiro escritório em Londres, a partir do qual realiza e gere o scouting de empresas europeias nas quais visa a investir. Como parte dessa tendência, as startups italianas, se forem qualificadas e bem apoiadas, também poderão se beneficiar dessas novas oportunidades.

Acrescentamos a tudo isso que os recursos do Fundo de Recuperação destinados a iniciativas digitais e inovadoras italianas devem ascender a cerca de 46 mil milhões de euros, um valor considerável, especialmente se percebermos que esse ecossistema ainda não é tão amplo no país.

Em suma, hoje parecem existir todas as condições para o empreendedorismo inovador na Itália, ainda que, as críticas estruturais que historicamente afligem nosso país estejam longe de ser resolvidas (carga tributária, burocracia, logística inadequada etc.). Além disso, na lista de questões críticas que podem desencorajar o nascimento de uma nova alavanca empresarial está a grande incerteza decorrente da pandemia de Covid-19 e dos impactos humanos, sociais e econômicos negativos que todos os países provavelmente continuarão a sofrer no futuro próximo. No entanto, há sinais encorajadores, antes de mais nada, como está escrito, provenientes de um ecossistema que começa a merecer esse nome. Há muito a se fazer. O importante é não desanimar e seguir em frente, cada um fazendo o seu melhor, desde as instituições até os indivíduos, cada um de nós.

Fonte: Econopoly – Il Sole 24 Ore



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