Vinho “Made in Italy”, 2017 ano de mudanças para a exportação
28/07/2017
O 2017 será um ano de mudanças para o sistema vitivinículo italiano, algumas positivas, como a acquisição de novos mercados, outras negativas, como a perca de cotas no comércio com alguns países. “Para o mercado do vinho, estamos prevendo um ano de mudanças, com a Itália que corre o risco de perder para a França o primeiro lugar no mercado mais importante do mundo, os EUA, enquanto está crescendo significativamente na China, onde está a ponto de substituir a Espanha como quarto maior exportador. Globalmente, a Itália sai enfraquecida nesses primeiros 5 meses de exportações nos países terceiros (fora da União Europeia), em comparação com os concorrentes franceses e chilenos. Os franceses conseguem alocar os recursos dos fundos fornecidos pela União Europeia melhor do que nós; os chilenos estão começando monetizar plenamente os acordos de livre comércio, como na China e no Japão.” Foi o que disse a CEO da Business Strategies, Silvana Ballotta, comentando os novos dados elaborados pelo “Observatório países terceiros” da Business Strategies – realizado em colaboração com Nomisma Wine Monitor – sobre as importações dos principais mercados (EUA, China, Japão, Suíça, Brasil, Noruega, e Coreia do Sul) que atualizaram as próprias estatísticas alfandegárias dos primeiros 5 meses desse ano.
Em geral, o dado italiano nos 7 mercados mostra um crescimento das próprias cotas de mercado somente em 2 países (China, de 5,6% a 6,2% e Brasil de 9,2% a 10,5%) no enquanto diminui sua presença nos EUA, Japão, Suíça, Noruega e Coreia do Sul. Ao lado da França, que aumenta suas cotas de mercado em 5 dos 7 países (com reduções na Cina e na Coreia do Sul), é ótima também a performance do Chile, que graças aos Acordos de Livre Comércio dispara na China (+24,3%) e no Japão (+15,6%), onde atualmente as taxas para os vinhos europeus são as maiores entre os Top Buyers. E, enquanto no gigante asiático o país da bota tenta alcançar a Espanha graças a um crescimento de 13% no valor (57 milhões de euros), nos EUA a interrupção do crescimento italiano (-0,1% no mesmo período de 2016, em dolares) é ainda mais grave pois no mesmo período a França assiste um crescimento de 14,2%. Até hoje – segundo as elaborações do Observatório – o valor em dolares das importações de vinho italiano é de 727 milhões de dolares, contra os 674 milhões daquele francês: se a tendência permanecer igual, até o próximo outono a Itália poderia perder o histórico primado nesse país.
Mais um pais onde a Itália corre o risco de perder a liderança para a França é a Noruega. Aqui o Made in Italy, que perde o 22,3% em valor, exportou por 36,4 milhões de euro, enquanto os primos franceses segue por perto com 33,9% milhões. Mais um risco vem do importante mercado suíço, onde a França (+23,9%) mina o primado italiano, parado a +0,8% e com um valor total de 144 milhões, contra os 138 dos vinhos franceses. Finalmente, no Brasil a Itália (+45,3%) tenta retomar uma posição – dessa vez em detrimento da França, em quarto lugar – no enquanto na Coreia do Sul o país da bota (-6,7%) acabou de ser passado pelos EUA (+14,2%), descendo do pódio.
Vinho biológico: as exportações disparam, mas o mercado interno vale o 30%
O vinho biológico na Itália é uma história de sucesso: 1 italiano em cada 4 em 2016 teve pelo menos uma ocasião de consumo de vinho biológico – em casa ou fora – e a percentagem continua crescendo (em 2015 era de 21% e, só em 2013, de 3%). Mas não é apenas o número dos consumidores que cresce: em 2016 asvendas de vinho biológico alcançaram globalmente 275 milhões de euro, realizando +34% em comparação com 2015. O mercado interno (considerando todos os canais: grande distribuição, canais especializados em produtos biológicos, lojas de vinhos, restaurantes/wine bar, venda direta…) vale o 30% do total (83 milhões de euros, +22% comparando com 2015). Grande parte dos negócios se realiza nos mercados internacionais: 192 milhões de euros, com uma subida impressionante de +40% em relação ao 2015 (em comparação com o modesto +4% do export de vinho em geral). Esses dados são fornecidos pelo Wine Monitor Nomisma, elaborado por ocasião do VINHO BIO DAY pela ICE – Agência para a Promoção ao Exterior e a Internacionalização das Empresas Italianas, o equivalente italiano da APEX.
As exportações do vinho biológico italiano constituem o 3,4% do total das exportações de vinho italiano, mas a tendência é de crescimento continuo (+1,9% em 2014 e 2,6% em 2015), graças também à grande orientação das empresas bio à exportação: na pesquisa Wine Monitor Nomisma pela ICE-Agência, resulta que, nas empresas italianas entrevistadas, as exportações do vinho biológico constituem o 70% do faturado total (contra uma orientação às exportações de 52% do setor do vinho italiano em geral). Em 2016, 79% das empresas que produzem vinho biológicos exportaram a qualidade e a excelência do vinho italiano fora das fronteiras nacionais. No que concerne aos principais mercados considerados, a União Europeia representa o principal destino (66% do valor) e, como acontece para o setor agro-alimentar, a Alemanha se destaca como o mercado de referência para os vinhos italianos biológicos (33% do faturado ao exterior em 2016), seguida pelos EUA (12%).
Quais os pontos fortes e os pontos fracos das nossas empresas? Os trunfos de quem exporta são acima de tudo a qualidade do vinho biológico (30% acha que esse seja o principal ponto forte), uma marca da empresa apreciável e a sua fiabilidade (17%); é fundamental também a segurança oferecida pela rastreabilidade do produto (14%). As empresas italianas que atualmente não exportam declaram que não dispõem dos instrumentos necessários (85% das empresas não orientadas à exportação declara isso). O pequeno porte das empresas – 27% não possui recursos financeiros adequados para alcançar os mercados estrangeiros e 23% não dispõe de volumes suficientes – mas também a falta de interesse pela própria empresa (8%) ou pelo mercado estrangeiro (8%). Entre os principais obstáculos sistemáticos que contribuem a inibir a presença das vinículas italianas no exterior há a regulamentação alfandegaria e os impostos (27%) e a falta de uma adequada promoção da empresa (19%).
Quais são as previsões das empresas nos próximos anos? Nos próximos três anos as vendas italianas no exterior serão impulsionadas pelos mercados terceiros, em primeiro lugar pelo mercado estatunidense (assim declarou o 28% dos profissionais); ótimas expectativas também para o mercado da União Europeia, que permanecerá de grande interesse. A maioria das empresas expressa otimismo sobre o futuro: 1 em cada 4 aposta em um forte aumento (de mais de 10%) do próprio faturado nos mercados estrangeiros nos próximos 3 anos, e em geral 54% prevê um crescimento (embora apenas entre 2% e 10%). Mais de dois terços das empresas apostam no aumento das exportações e as restantes não prevê mudanças significativas no valor dos próprios negócios, mas nenhuma empresa espera uma redução das vendas no futuro.
Fonte: Agi
A importância do mercado brasileiro para a exportação do vinho italiano é confirmada pelos dados do Observatório de Países Terceiros. Para uma expansão cada vez maior da excelência vinícola italiana no Brasil, as feiras do setor são um elemento-chave de promoção. A Câmara Ítalo-Brasileira participa há mais de dez edições da ExpoVinis Brasil, principal evento dedicado ao vinho em toda a América Latina. Para conhecer melhor nossa proposta de adesão, confira a nossa página ExpoVinis 2018 ou entre em contato no e-mail info@camaraitaliana.com.br.