Brasil ocupa a 16ª posição em índice de digitalização do governo da OCDE 

20/06/2022


A transformação digital dos serviços públicos que vem sendo empreendida pelo governo brasileiro foi reconhecida mais uma vez. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – grupo formado por algumas das nações mais desenvolvidas do mundo – classificou o país na 16º posição em seu Índice de Governo Digital

De acordo com o ranking – resultado de levantamento feito entre 33 países do Bloco e alguns convidados – o Brasil ficou acima da média dos países da OCDE e superou nações como Alemanha, Estônia, Países Baixos, Áustria e Irlanda.

Com 0,52, o Brasil ocuparia a 16ª colocação no ranking, caso todos os países avaliados fizessem parte da organização. O ponto positivo é que as nossas notas estão um pouco acima da média da OCDE (0,50) e indicam evolução. Entre os países sul-americanos, destaque para a Colômbia, que ocupa a 3ª posição geral, e Uruguai, que possui notas melhores que o Brasil. Ou seja, temos bons exemplos próximos para nos inspirar. Países como Austrália, Estados Unidos e México não aparecem no levantamento por não terem enviado suas informações.

A pesquisa mediu os desempenhos dos países em seis dimensões: orientado pelo usuário, orientado por dados, aberto por padrão, digital por design, proatividade, e governo como plataforma. O Brasil já havia sido reconhecido como um dos 20 países do mundo com a melhor oferta de serviços públicos digitais, segundo dados da Pesquisa sobre Governo Eletrônico 2020, publicada pela Organização das Nações Unidas (ONU). 

O Índice de Governo Digital foi apresentado no evento anual do grupo e-leaders – do qual o Brasil faz parte –, que reúne os gestores responsáveis pela transformação digital dos países membros e outras nações convidadas. “A pesquisa da OCDE avalia com precisão o estágio da transformação digital das economias mais desenvolvidas do mundo. A posição do Brasil prova que estamos no caminho certo e aponta o que devemos aprimorar para oferecer serviços de excelência a todos os brasileiros”, afirmou o secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.

Brasil está entre as nações mais digitalizadas do mundo. O imenso desafio agora é levar a tecnologia para todos os segmentos da sociedade. 

O mundo corporativo tem papel determinante na digitalização do país. Os investimentos em TI das empresas já equivalem a 8,7% de suas receitas, número que se aproxima dos índices da China, que tem sede por inovação. Outro indicador relevante é o gasto médio anual das empresas com tecnologia por funcionário, que está em torno de 50 000 reais. O comportamento varia conforme o tamanho da companhia e o ramo de atuação: em serviços, a média de gastos é de 58 000 reais. A indústria bancária é campeã absoluta nesse quesito, com 125 000 reais desembolsados para cada empregado. Os bancos passam por digitalização sem precedentes. Os aplicativos de pagamento, as carteiras virtuais e o uso da inteligência de dados para conhecer os clientes revolucionaram o setor e tornaram os bancos nacionais competitivos no cenário internacional. 

Pode até parecer exagero, mas o Brasil é hoje uma das nações mais abertas para a inovação. Uma maneira de comprovar tal afirmação é o universo das startups. Nos últimos anos, o país virou um dos celeiros mundiais para empresas iniciantes que trazem em seu DNA propostas transformadoras. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, em 2021 foram  abertas mais de 1 400 firmas desse tipo. No ano passado, as startups receberam o recorde de 10 bilhões de dólares em investimentos, quase o triplo do valor movimentado em 2020. 

O Brasil digitalizado é uma realidade inescapável. A explosão de investimentos em tecnologia da informação e das vendas de aparelhos digitais durante a pandemia, no entanto, não explica sozinha como esse caminho está sendo percorrido. Segundo Felipe Mendes, diretor-geral da empresa de pesquisas GfK, o que vem crescendo mesmo é o acesso — em 2020, 83% dos lares brasileiros tinham banda larga, contra 71% no ano anterior.  “O poder da disponibilidade da internet associada à penetração do celular é de fato o grande elemento de digitalização sobre qualquer outro produto que a gente possa pensar ou discutir”, afirma Mendes. Deve-se celebrar o Brasil digitalizado, atalho para o aumento de produtividade. Insista-se, contudo: há avanços extraordinários, mas precariedades também. Equilibrar o jogo é um desafio monumental, que não pode jamais ser negligenciado — a sorte é que a tecnologia pode ajudar a diminuir o fosso.

Estratégia de Governo Digital

Dos 3,9 mil serviços disponíveis hoje no portal Gov.Br, 61% já são oferecidos de forma digital. Além da economia de aproximadamente R$ 2 bilhões por ano – sendo R$ 500 milhões para o governo e R$ 1,5 bilhão para a sociedade – a transformação digital também devolve ao cidadão mais de 150 milhões de horas antes gastas com burocracia. O número equivale, por exemplo, a um dia inteiro de trabalho de toda a população economicamente ativa da Grande São Paulo.

A Estratégia de Governo Digital 2020-2022 estabelece a meta de digitalizar 100% dos serviços públicos até o final de 2022. A estimativa é de economia de R$ 38 bilhões em cinco anos – de 2020 a 2025 –, o que deve refletir na eliminação do papel e da burocracia, locação de estruturas, contratação de pessoal para atendimento presencial e redução de perdas com erros e fraudes, por exemplo.

Fonti: Gov.Br; Veja



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